Thomas Skidmore

 

Thomas Skidmore

 

Thomas Elliot Skidmore nasceu em Troy, Ohio, em 1932. Obteve o doutorado em História Moderna Europeia pela Universidade Harvard. Publicou vários livros sobre o Brasil e a América Latina (entre os quais Preto no branco e De Castello a Tancredo) e mais de cinquenta capítulos de livros e artigos acadêmicos. O brasilianista, em dois livros de excelente qualidade, interpretou a história do país de 1930 a 1985 a partir de uma pesquisa exaustiva e não ideologizada.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, em novembro de 2012, o brasilianista afirmou que soube do golpe na véspera, quando jantou com Lincoln Gordon, embaixador dos Estados Unidos no Brasil. O acesso a fontes privilegiadas e a apresentação de uma perspectiva norte-americana da história do país motivaram críticas de parte da comunidade acadêmica brasileira ao trabalho de Skidmore.

Com uma pesquisa exaustiva, escreveu uma história do período, examinando tanto a política quanto a economia. Os governos de Getúlio Vargas, Eurico Dutra, Juscelino Kubitschek e João Goulart e, seguida, a chegada da ditadura civil-militar, com Castello Branco, são analisados com rigor e sem politização e ideologização.

 

Livro: Brasil - de Getúlio a Castelo, 1969.

Resumo: O autor apresenta a história brasileira do período num método comparativo – o autoritarismo e a transição democrática ganham, assim, novos e originais enfoques. O livro constitui-se num importante instrumento para a compreensão do regime autoritário, esclarecendo o papel das Forças Armadas, dando os sentidos e limites da abertura política e, o mais importante, antecipando os cenários futuros.

À época de sua publicação, a obra apresentava características realmente inéditas: partindo de sua tentativa inicial de compreender as forças sociais e políticas que levaram, com o golpe de 1964, ao fim do período de experimentação democrática no Brasil, Skidmore foi pioneiro em historiar fatos considerados então muito recentes pelos estudiosos brasileiros. Pesquisando múltiplas fontes, como dados estatísticos, artigos de jornal e arquivos governamentais, e, não menos importante, conversando com pessoas diversas no Brasil, de taxistas a intelectuais proeminentes, Skidmore logrou, antes de tudo, dar coerência a fatos esparsos, estabelecer conexões, construir, em suma, uma narrativa pioneira sobre um período que, embora tivesse sido largamente inventariado por organismos de pesquisa locais, carecia de uma história.

 

Livro: Brasil - de Castelo a Tancredo Neves, 1988.

Resumo: Thomas Skidmore apresenta nesse livro um relato muito mais completo do que o esperado de um brasilianista e historiador. Trata-se de uma obra de cientista político sensível que situa o caso brasileiro numa perspectiva comparada internacionalmente. O caso do autoritarismo e os rumos da transição democrática ganham, assim, novos e originais enfoques. Resultado de uma delicada pesquisa desenvolvida por um dos mais finos observadores da história e da política do Brasil pós-1930, Brasil: de Castelo a Tancredo constitui-se, portanto, numa importante ferramenta para a compreensão do regime autoritário, das Forças Armadas, da abertura política e, o que mais importa, dos cenários futuros. Isto tudo num texto rigoroso, onde não falta a emoção.

 

Livro: Uma história do Brasil, 2000.

Resumo: Neste livro ambicioso o brasilianista Thomas Skidmore apreende o processo integral de formação de Brasil. O que vem à tona é a história do povo brasileiro na busca de um país moderno e reconhecido pela sua singularidade.

 

Livro: Preto no Branco: raça e nacionalidade do pensamento brasileiro, 1976.

Resumo: Skidmore retorna ao período sobre o qual começou suas pesquisas, desenvolvendo capacidades e interesses despertados há tempos. Além da história política, acompanhada num arco que se estende desde o início da campanha abolicionista até o fim da Primeira Guerra Mundial, debruça-se sobre a história social numa reconstituição da “questão racial” que desmente a tese da democracia racial brasileira e também sobre a história cultural, na medida em que não se exime de investigar as ideias e as posições dos principais intelectuais do período.

 

Livro: O Brasil visto de fora, 1994.

Resumo: O livro compõe-se de três partes que congregam artigos que podem ser classificados segundo especialidades acadêmicas distintas: o primeiro bloco trata da questão da identidade nacional sob o prisma da história cultural (ou das ideias); o segundo enfoca a questão racial pelo ângulo da história social; e o último confronta Brasil e Argentina após 1945, no registro da história política-econômica comparada. Inicialmente a obra estabelece um quadro da indagação acerca da identidade brasileira a partir das atitudes intelectuais com relação aos Estados Unidos, priorizando um elenco de pensadores não muito valorizados hoje, mas com importantes repercussões em seu tempo: Monteiro Lobato, Vianna Moog, Moniz Bandeira etc. Segue investigando as possibilidades e os limites da formulação de políticas nacionais próprias em duas situações ao mesmo tempo semelhantes e distintas, os governos de Vargas e de Perón. A mudança de tom, de enfoque e até mesmo de bibliografia refletem uma alteração significativa – também presente na produção universitária brasileira – da visão acadêmica norte-americana do Brasil.

 

Artigo: Studying the history of latin America: a case of Hemispheric Convergence, 1998.

Resumo: Este artigo analisa a maneira como a escrita dos historiadores sobre a América Latina, especialmente nos séculos XIX e XX, foi influenciada pela relação fortuita entre os Estados Unidos e a América Latina. Ele também irá traçar mais brevemente as abordagens imprevisíveis dos historiadores latinoamericanos. Na opinião do autor, os dois grupos seguiram caminhos diferentes, mas chegaram ao mesmo destino. 

 

Entrevista: Thomas Skidmore, Programa Roda Viva, 1992.

Entrevista: Thomas Skidmore, Programa Roda Viva, 1997.

Entrevista: Thomas Skidmore, Programa Roda Viva, 2005.

 

Publicações Sobre o autor

 

Artigo: Teoria da História do Brasil: A Produção Historiográfica do Brasilianista Thomas Elliot Skidmore

Resumo: O artigo analisa a produção historiográfica classificada conceitualmente como brasilianista e, de forma sucinta e exploratória, busca expor os pressupostos e interpretações da História do Brasil segundo o norte-americano Thomas Elliot Skidmore.

 

Dissertação de Mestrado: O Brasil e os brasilianistas nos circuitos acadêmicos norte-americanos: Thomas Skidmore e a história contemporânea do Brasil

Resumo: O trabalho analisa o desenvolvimento das pesquisas sobre a história brasileira produzidas nos Estados Unidos, aqui conhecidas pelo termo “brasilianismo”, buscando principalmente refletir sobre a sua posição em relação à dos demais países latinoamericanos e, ao mesmo tempo, entender a obra do Brasil de maior repercussão de um importante membro do grupo: o historiador Thomas Elliot Skidmore.