Josué de Castro

 

Josué de Castro

 

Josué de Castro(Recife, 1908 – Paris, 1973) foi um dos mais importantes médicos e cientistas sociais do Brasil. Destacou-se nacional e internacionalmente pelos seus estudos sobre a fome e pela sua ação política para combatê-la, tendo sido presidente do da Comissão Nacional de Bem-Estar Social do segundo governo Getúlio Vargas, presidente Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e embaixador brasileiro na Organização das Nações Unidas (ONU). Em suas obras mais conhecidas, Geografia da Fome (1946) e Geopolítica da Fome (1951), ele investiga os diferentes padrões alimentares e da fome ao longo da variedade do espaço geográfico e de acordo com as distintas manifestações culturais humanas. Para ele, a agricultura, como fornecedora de alimentos, seria uma questão de saúde pública e, portanto, política, que deveria merecer toda atenção no sentido do seu desenvolvimento e da sua capacidade de alimentar toda a população mundial.  

 

Livro: Geografia da Fome

Resumo: Traduzido em mais de 25 idiomas, Geografia da Fome é, ao mesmo tempo, simples, fluente, consistente e erudito, uma obra que, como assinalou o geógrafo Mílton Santos, foi divisora de águas, influenciando a posição e as formulações de políticas das grandes potências diante de uma evidência assustadora: a pobreza, a miséria e a fome em escala mundial. A obra revela a associação harmoniosa da capacidade de argumentar com a segurança científica, um novo modo de pensar e de agir frente à realidade alimentar e nutricional e também uma abordagem pioneira no dimensionamento da fome coletiva como um fenômeno geograficamente universal.

 

Livro: Geopolítica da Fome

Resumo: Em seu livro Geopolítica da Fome, Josué de Castro apresenta um dos aspectos mais prementes e, sem dúvida, o mais trágico desta geografia da alimentação, que é o capítulo inicial de toda geografia humana.
Realmente, a importância de tais problemas não era desconhecida dos entendidos do assunto. Existe muito de humanidade profunda na obra de um E. Réclus ou de um Vidal de la Blache, para que não se tivesse deles uma clara consciência. Na verdade nossos antigos mestres não estavam enganados a respeito dos tabus que Josué de Castro denuncia. Todavia, ele tem muita razão quando afirmava que o comum dos geógrafos e, principalmente, o comum dos homens, preferiria nada dizer a propósito desse assunto. E muitos há que lançavam um véu discreto sobre essas feias perspectivas. Eis que, apesar disso, nós, civilizados, vimos levantar-se diante de nós o espectro horrível da fome. Coisa que não se imaginaria nos 20 anos passados, nós temos tido fome como nossos avós tiveram fome. Os quadros mais sombrios, nos quais estávamos inclinados a não encontrar senão na literatura, retomaram, a nossos olhos, cor e realidade.

 

Livro: Homens e Caranguejos 

Resumo: Médico, marxista, terceiro-mundista, filiado ao PTB vargojanguista, perseguido pelo golpe de 64, Josué de Castro escreve neste livro memorialístico e romanceado sobre a promiscuidade dos homens e caranguejos passando fome na lama dos mangues: um engolindo o outro. Parafraseando a linguagem dos sociólogos e economistas, Castro fala em "ciclo do caranguejo" ou em "sociedade dos caranguejos". Mocambos. Polis dos mocambos. Vindo de família abastada, o Engels de Pernambuco, que em 1935 escreveu "As Condições de Vida das Classes Operárias do Recife", conceitua a fome pelo ângulo da qualidade, ou seja: a carência dos alimentos indispensáveis ao equilíbrio da saúde. Não é a falta de alimento que leva o indivíduo à morte. Nesse sentido a totalidade da sociedade no Brasil é marcada pela condição esfomeada. Foi nos mangues do rio Capibaribe que Castro tomou consciência do drama da fome, que é uma praga criada pelos homens e cujas raízes encontram-se no processo da colonização, de modo que o colonialismo é que engendra o fenômeno da fome: latifúndio, monocultura e mercado externo.

 

Livro sobre Josué de Castro

Josué de Castro - Série Perfis Parlamentares

 

Resumo: Efetivamente, Josué de Castro se apropriou da Filosofia para pensar e agir. Como guia da produção do conhecimento, ela o livrou de todas as amarras que enclausuravam os campos dos saberes particulares, com seus objetos bem recortados, rigorosos, mas distanciados cada vez mais do mundo real. A engenharia josuelina ergueu pontes entre  esses saberes: medicina, nutrição, economia, sociologia, antropologia, geografia, história, ecologia, construindo a transdisciplinaridade. Os leitores do século XXI, ao conhecerem os passos de Josué de Castro, perceberão a atualidade de seus discursos e de seus valores.

 

Centros de estudos e pesquisas Josué de Castro

Centro Josué de Castro

Josué de Castro: por um mundo sem fome