Euclides da Cunha

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Euclides da Cunha foi engenheiro militar, jornalista, ensaísta e historiador. Nasceu em Cantagalo, RJ, em 20 de janeiro de 1866, e faleceu no Rio de Janeiro em 15 de agosto de 1909. Em 1885, com 19 anos, ingressou na Escola Politécnica, mas por falta de recursos transfere-se para a Escola Militar da Praia Vermelha. Por um tempo serviu ao Exército, mas desliga-se e dedica a maior parte do seu tempo a estudo dos problemas brasileiros. Em 1889 segue para São Paulo e publica, no jornal O Estado de São Paulo, uma série de artigos em que defende os ideais republicanos. Com a explosão do conflito de Canudos, na Bahia, e as sucessivas derrotas das Forças governistas contra Antônio Conselheiro, Euclides reiniciou sua colaboração no jornal testemunhando os últimos momentos do conflito, escrevendo artigos e recolhendo observações.  Os Sertões, obra que publicou em 1902, o consagrou no panorama cultural brasileiro. Em junho de 1903 é lançada a segunda edição e Euclides da Cunha é eleito, a 21 de setembro, para a Academia Brasileira de Letras, e a 20 de novembro toma posse no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Saiba mais sobre esta personalidade na página Casa de Cultura Euclides da Cunha

 

Livro: Sertões

Resumo

   Este livro é dividido em três partes: A Terra traz uma descrição detalhada mostrando todas as características do lugar, o clima, as secas, a terra. O Homem, que mostra o habitante do lugar, sua relação com o meio, sua gênese etnológica, seu comportamento, crença e costume; mas depois se fixa na figura de Antônio Conselheiro, o líder de Canudos. Duas partes essencialmente descritivas, pois na verdade introduzem para a verdadeira história, a Guerra de Canudos, relatada na terceira parte: A Luta. Relata as quatro expedições a Canudos, criando o retrato real só possível pela testemunha ocular da fome, da peste, da miséria, da violência e da insanidade da guerra. Trata-se de um relato histórico mesclado à literatura, posto que Euclides foi convidado pelo Jornal Estado de São Paulo para cobrir a guerra no Arraial de Canudos e nesse momento, surgiu sua obra, donde, por meio de uma linguagem cientificista recrimina o nacionalismo e ufanismo exacerbado da sociedade brasileira da época. A obra possui um caráter crítico e realista nunca antes abordado por um literato do Brasil. Por esse motivo, "Os Sertões" representa um marco da literatura e na história do Brasil, sendo, portanto, analisada por outras áreas do conhecimento, tal qual: Antropologia, Sociologia, Geografia e História.

 

Livro: Relatório da Comissão Mista Brasileira-Peruana de reconhecimento dos Rios Alto Púrus e Juruá.

Resumo

   O Relatório foi assinado por Euclides da Cunha, engenheiro responsável e componente da comissão mista que, de acordo com os artigos 9°, 10°  e 11° do Acordo de 12 de Julho de 1904, entre os Governos do Brasil e do Perú, estabeleceu um modus vivendi destinado a vigorar no Alto Juruá e no Alto Purús durante o prazo fixado para a  discussão diplomatica sobre os limites entre os dois países. O relatório trás informações sobre a composição da comissão mista, assim como dos instrumentos e ações realizadas nos trabalhos de campo para o reconhecimento. Descreve a viagem e os aspectos gerais do Púrus e dos seus afluentes, apresentando um levantamento hidrográfico, apresentando coordenadas dos pontos principais. Também estão presentes considerações sobre o clima e aspectos físicos da região e sobre os seus povoadores.

 

Livro: Peru versus Bolívia

Resumo

   É um notável estudo sobre o conflito de fronteiras entre esses dois países, apresentando a defesa brasileira sobre o assunto. Foi escrito por Euclides da Cunha em 1907, quando trabalhou para o Ministério das Relações Exteriores. Na obra, Euclides da Cunha descreve a questão de limites entre a Bolívia e o Peru submetidos pelo Tratado de Arbitragem de 31 de dezembro de 1902 ao juízo e decisão do governo argentino.

 

Livro: Castro Alves e seu tempo

Resumo

   Este foi o tema de uma conferência incumbida ao escritor, engenheiro e militar, Euclides da Cunha, em 1907. Porém, para os amantes das duas personalidades, das duas vidas e obras aparentemente desiguais, Castro Alves e seu tempo vai além da simples transcrição da conferência. Escrito de forma leve e longe da densidade literária encontrada nas obras de ambos os poetas, o livro faz um passeio pela vida de Euclides da Cunha e Castro Alves. Mostra também, por exemplo, as semelhanças pouco imagináveis entre o poeta sonhador e o escritor e engenheiro militar. Dentre as afinidades apontadas, algumas chamam a atenção: ambos eram abolicionistas e republicanos; faziam uma literatura engajada, de instigação; viviam no meio do povo, seja em praça pública, entre os estudantes, no sertão ou na Amazônia; tinham tuberculose e a saúde sempre fragilizada; tiveram profundas desilusões amorosas; Castro Alves, com a atriz Eugênia Câmara; Euclides, com a mulher, Ana; os dois estiveram ligados à cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras – Castro Alves, como patrono. Ao demonstrar um pouco da vida dos escritores, a obra traz em fotos, documentos originais da época da conferência, como, por exemplo, uma cópia do jornal “Onze de Agosto” (editado pelos alunos do Centro Acadêmico Onze de Agosto, da Faculdade de Direito da USP). Naquela edição, o periódico destacava a palestra de Euclides da Cunha em dezembro de 1907. Recortes de jornais da época, tecendo críticas à conferência, também aparecem.

 

Livro: Contrastes e confrontos

Resumo

   A primeira edição de Contrastes e confrontos reuniu, em 1907, artigos de Euclides da Cunha publicados originalmente na imprensa. Esses textos compõem um retrato dos primeiros anos da República, no qual Cunha expõe sua visão a respeito de figuras históricas, como o marechal Floriano Peixoto, segundo presidente do Brasil, e de questões sociais que acompanham o país até hoje, como o descaso com as secas do Extremo Norte brasileiro. A obra é uma coletânea de artigos vibrantes. Em um desses textos, intitulado “Entre o Madeira e o Javari”, o tema é o povoamento da região amazônica. Já no artigo “O ideal americano”, Cunha é ácido com o então presidente dos Estados Unidos: “Roosevelt é um estilista medíocre”. O artigo que dá título ao livro, Contrastes e confrontos, trata da ocupação do solo pelas populações por meio das observações de Euclides da Cunha no Peru. Esses textos, além de valorosos como registro da História, trazem à luz os posicionamentos de um dos maiores escritores e jornalistas brasileiros.

 

Livro: A margem da história

Resumo

   Em 1909, ano da sua morte, é publicado postumamente À Margem da História de Euclides da Cunha, que reúne o melhor dos estudos dedicados à Amazônia. Compõe-se de quatro partes: Na Amazônia, Terra Sem História (7 capítulos, sobre essa região), Vários Estudos (3 capítulos, assuntos americanos), Da Independência à República (ensaio histórico) e Estrelas Indecifráveis (crônica). O livro apresenta, bem nítidas, quatro constantes da personalidade cultural de Euclides: o cultor da língua e verdadeiro esteta da linguagem, o ensaísta e o humanista brasileiro.

 

Por fim, é possível encontrar toda a obra reunida de Euclides da Cunha, aqui.

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