Fernanda Peixoto
Fernanda Peixoto é professora titular do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP). Desde a sua dissertação de mestrado, Estrangeiros no Brasil: a Missão Francesa na Universidade de São Paulo (MASSI, 1991), orientada por Mariza Corrêa, defendida em 1991 na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e nunca editada na íntegra, mas parcialmente publicada em capítulos de livro e artigos de periódicos, Peixoto tem se preocupado com a circulação e o intercâmbio de paradigmas intelectuais, práticas científicas, pesquisadores e acordos de cooperação técnica que articulam redes acadêmicas transatlânticas envolvendo o Brasil e tradições intelectuais estrangeiras – notadamente a da França e a dos EUA.
Dissertação do mestrado: Estrangeiros no Brasil: a missão francesa na Universidade de São Paulo
Tese de doutorado: Diálogos brasileiros: uma análise da obra de Roger Bastide.
Resumo
Bastide pensou e escreveu sobre o Brasil, forjando um ponto de vista teórico e metodológico particular, divergente em relação aos padrões de seu tempo. Para isso, exerceu papel importante o contato, pessoal e intelectual, com artistas e intelectuais brasileiros. As convergências entre seu pensamento e o de três autores pertencentes a diferentes matizes de reflexão – Mário de Andrade, Gilberto Freyre e Florestan Fernandes – integram este texto, cuja riqueza de detalhes e nuanças nos aproxima da própria obra do sociólogo francês. Pelo jogo do diálogo, somos levados ao reconhecimento dos saberes e afetos que atravessaram a produção deste autor e que proporcionam um fértil encontro entre ciência e arte.
Artigo: Roger Bastide: o Brasil e a mestiçagem estética
Resumo
Trabalho apresentado ao XXVII Encontro Anual da ANPCS/ Seminário Temático: Raça e Mestiçagem no Pensamento Social Brasileiro.
Artigo: Para conhecer a obra de Roger Bastide.
Resumo
A vasta produção do sociólogo e antropólogo francês Roger Bastide (1898-1974) permite diversas aproximações. Seria possível percebê-la segundo fio cronológico: o trajeto do autor e a sucessão de seus escritos no tempo. Ou, ainda, selecionais os temas mais tratados e conhecidos. E, por que não, iniciar pelos trabalhos dedicados ao Brasil, país no qual viveu entre 1938 e 1954 como professor de sociologia da Universidade de São Paulo?
Artigo: Brasilianismo, 'Brazilianists' e discursos Brasileiros.
Resumo
O artigo analisa publicações acadêmicas, os principais jornais e revistas, a chamada imprensa alternativa dos anos 70 e os prefácios e introduções dos livros de brasilianistas publicados no Brasil. O objetivo é traçar um contorno dos diferentes discursos sobre os brasilianistas, com a finalidade de iniciar um balanço do impacto desses trabalhos sobre a comunidade acadêmica brasileira e o grande público. Conclui-se que, com raras exceções, esses discursos 'sejam eles contra ou a favor' podem ser caracterizados como "escandalosos", funcionando como um filtro que dificulta sua compreensão. Invariavelmente inclusivos e generalizantes, esses discursos suplantam os trabalhos brasilianistas e impedem a análise de seu conteúdo: o que é "lido" é o fenômeno geral, em detrimento dos trabalhos específicos.
Livro: A viagem como vocação: itinerários, parcerias e formas de conhecimento.
Resumo
O tema maior que aproxima os personagens considerados neste livro – Leiris, Gilberto Freyre, Roger Bastide, Oliveira Lima e Pierre Verger – são as viagens, realizadas entre as décadas de 1930 e 1960 pelo Brasil, pela América Hispânica e pela África. O intuito do livro é principalmente rever certos autores com ajuda das viagens que realizaram em contextos muito precisos, mais do que teorizar sobre as viagens. As viagens e as produções que elas geram como as correspondências, diários etc., são valiosos para recuperação aos processos de confecção do conhecimento; Fernanda Peixoto observa que o “ateliê” do criador entrevisto nessas análises apresenta-se como espaço de experimentações mescladas, que tendem a se separar quando da apresentação pública das obras. E conclui: a viagem é forma de acesso à produção das ideias e do conhecimento, ela própria aparece como uma forma de estar (e ser) no mundo, definindo um espaço próprio, provisório como são os percursos e as ideias.
Veja também a resenha deste livro: A indisciplina de Fernanda Arêas Peixoto, de Rodrigo Ramassote e Luís Felipe Sobral, da USP.